terça-feira, 5 de março de 2013

Portugueses: subservientes ou competentes?




Sinto-me um pouco confuso, uma vez que, pelos visto deveria estar a escrever um post, no qual declarava a minha profunda indignação para com o Turismo de Portugal. Mas isso não está a acontecer…
Tal facto deixa-me baralhado, já que eu, considerando-me pessoa astuta, particularmente no que toca à detecção de embustes e afins, não consigo detestar o vídeo que tanta polémica tem causado. Posso não o adorar, mas é-me um pouco indiferente. Também não consigo identificar a subserviência que a tantos choca, qual escravatura renascida.
Vamos lá ver se nos entendemos. Quando viajamos e pretendemos conhecer um novo país, uma nova cultura, novas pessoas, isso não é vivido da mesma forma por toda a gente. Vai sempre depender bastante do local de origem do turista, da sua faixa etária, da classe socioeconómica, and so on... Ai o caraças. Agora escrevi "classe socioeconómica". Daqui a nada tenho a esquerdalha à perna. Pensando melhor, não tenho, porque aquela é gente tolerante, integradora e pluralista.
Adiante. Esta minha mania de divagar...
Voltando ao vídeo. No dito, observamos vários tipos de turistas. Os mais jovens recordam a Ana. E qual é o problema? Por acaso a moça é feia? Por acaso andou a prostituir-se? Não me parece. Andou na vida dela, certamente bem mais preenchida e rica do que a de muita gente, já que ela própria sem sair da terrinha contactou com outras culturas.
Depois temos o Avillez, pessoa que prezo e que já me instruiu por várias vezes na arte culinária e me permitiu fazer vários brilhareste. No mal fadado vídeo observa-se o chef junto ao clientes para os quais cozinhou. Quem já foi a restaurantes um pouco mais sofisticados do que ali a tasca da esquina, sabe certamente que os chefes têm por hábito cumprimentar alguns clientes e que, não tão poucas vezes, são os clientes que fazem questão de cumprimentar o autor de tamanhas iguarias.
E depois temos a desgraçada da camona que teve o azar da vida dela. E logo em Portugal, já que um mal nunca vem só. Então não é que se apaixonou pelo marido no golf! E não contente com isso, ainda se casou com o homem. Oh infortúnio!
Então e o Sr. António, aquele profissional que cuidava bem da roupa e da arrumação do quarto de hotel. Certamente que qualquer turista fica mesmo contente ao pagar por um serviço e dar pela sua roupa amarrotada e por um quarto imundo. Para isso, senhores e senhoras, têm o campismo. Pois, o Sr. António tratava bem da roupa e eu acho muito bem. Que pena não dissertar sobre Kant ao mesmo tempo que arrumava a casa de banho...
E o que dizer do professor de surf que tratava o aluno com as atenções dadas a um filho... Shame on him!
Meus senhores e minhas senhoras (que este blog não é de esquerda, mas também é inclusivo), como disse há pouco, posso não ficar em êxtase com o brilhantismo do spot publicitário, mas também não fico com instintos bélicos. Quer parecer-me que grande parte das críticas que se têm ouvido, revelam receios e inseguranças pessoais.
Para mim, existe uma grande diferença entre a servidão e o bom serviço. Quem paga por um serviço, exige um bom serviço, não que lhe façam vénias e lhe lambam os pés. Desses também os há, mas não valem grande coisa.

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